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Pensar sobre a importância dos povos africanos na formação da cultura brasileira é o exercício que a concessionária Mirante – responsável pelo esgotamento sanitário do município, por intermédio de Parceria-Público-Privada (PPP) firmada com a Prefeitura do Município, via Semae – tem realizado durante novembro, mês no qual se comemora o Dia da Consciência Negra. Interna e externamente, a empresa tem organizado atividades de reflexão sobre o tema.
A palestra “Identidade, igualdade e reconhecimento: desafios da afrodécada”, ministrada pela historiadora e secretária executiva do Conselho da Comunidade Negra de Piracicaba (Conepir), Marilda Soares, integra essa programação. O evento trouxe aos funcionários da concessionária uma abordagem histórica sobre os afrodescendentes do Brasil, que, segundo Marilda, ainda permanece desconhecida. “Na década de 80, não tínhamos, no Curso de História, uma disciplina de História da África. Isso significa que parte significativa da História do Brasil estava fora do processo de formação dos docentes e dos pesquisadores. Somente depois da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, é que a diversidade começou a ser traçada como objeto de estudo. Isso quer dizer que até o início deste milênio, nós não tínhamos esses espaços de discussão”, comenta a pesquisadora.
Alguns marcos históricos, de acordo com Marilda, também foram responsáveis pela evolução da discussão do assunto, como a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, que resultou da Reunião Geral da ONU, realizada em Nairob (Quênia), em 1976, e a Declaração de Durban, originada a partir da 3ª Conferência Mundial Sobre Racismo, ocorrida em 2001, na África do Sul.
“Essas iniciativas foram importantes, mas ainda há muito o que percorrer. Cerca de 112 milhões de pessoas autodeclaradas afrodescendentes vivem no Brasil. Temos todo esse passado e conhecemos muito pouco da cultura africana. Por isso, iniciativas como a do Mirante são maravilhosas, principalmente porque ainda não são muito comuns nas organizações”, afirma.
DIVERSIDADE NO TRABALHO – Jonatan Neves é almoxarife e há três meses assumiu a presidência do Comitê Regional do Programa “Respeito dá o tom”. Ele participou da definição da programação do Mês da Consciência Negra e conta que a iniciativa é importante para a construção das relações na concessionária. “Quando encontramos uma empresa que está disposta a trazer esse tipo de conteúdo e interagir com seus funcionários sobre essas questões, é muito motivador”, comenta.
O jardineiro, Leudisvan Cândido da Silva, está há seis meses na concessionária, e aprovou a ação. “A palestrante trouxe muitas informações que a gente não sabia, e quanto mais a gente se aprofunda nesses assuntos, mais temos conhecimento para poder respeitar o colega ser respeitado também”.
Já a técnica de manutenção, Erika de Souza Raimundo Paulino, é um exemplo de que a inclusão na concessionária não passa apenas pela questão étnica, mas também pela de gênero. “Há muito respeito das diferenças na concessionária Mirante. Isso torna o ambiente tranquilo para se trabalhar, pois todos se dão muito bem. Além de mim, quatro mulheres também trabalham no setor, e todas nós somos respeitadas pelos nossos colegas”, comenta.
RESPEITO DÁ O TOM – O programa da Aegea Saneamento foi lançado oficialmente em 26 de setembro de 2017. Seu objetivo maior é promover a equidade nas oportunidades de acesso à empresa e de crescimento profissional dos colaboradores que se autodeclaram pretos e pardos. Também, possui a intenção de que o ambiente de trabalho, as atividades cotidianas e os projetos da empresa estejam livres de racismo, preconceitos, discriminações e atitudes que comprometam a postura de respeito, tolerância e cordialidade.