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Construção da ETE Bela Vista possibilitou a universalização em Piracicaba

 

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Água (22 de Março), o Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, apresentou a 15ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios do Brasil. Em 6º lugar, Piracicaba continua como destaque no relatório, que faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades. Desde 2009, o Trata Brasil monitora os indicadores dos maiores municípios brasileiros com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país.

De acordo com a presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, “Nesta edição do Ranking, é observado que além da necessidade de os municípios alcançarem o acesso pleno do acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto, o tratamento dos esgotos é o indicador que está mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado”. Na contramão da realidade de inúmeros municípios, Piracicaba saiu na frente a partir da chegada da Mirante ao município.

“Em 2012, quando assumimos o esgotamento sanitário de Piracicaba, por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada) com o Semae, identificamos a necessidade de investimentos em diversas obras de saneamento para que o município pudesse atingira universalização e, consequentemente, os indicadores de destaque no ranking”, explica a diretora presidente da Mirante, Silvia Leticia Tesseroli.

Entre os investimentos estão a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Bela Vista, principal marco para a universalização. Paralelo a essa grande obra, estão a implantação de interceptores e coletores às margens direita e esquerda do rio Piracicaba; a construção de Estações Elevatórias de Esgoto; ampliação das Estações de Tratamento de Esgoto Piracicamirim e Capim Fino, além da troca de concepção da Piracicamirim, eliminando o problema de mau cheiro.

Outro desafio no processo operacional de tratamento de esgoto foi a destinação do lodo proveniente do processo. Após estudos e pesquisas das áreas técnicas de Operações e de Engenharia, as equipes encontraram uma solução ecologicamente sustentável para minimizar os impactos gerados com a produção do sedimento, a implantação do sistema de secagem solar. Com isso, a Mirante conseguiu reduzir em 1/3 o volume do lodo gerado nas estações de tratamento de esgoto.

“Com a universalização, muita coisa mudou para melhor. A redução de 94% das doenças diarreicas no município, que estão relacionadas à falta de saneamento, foi um ganho incrível para a população em qualidade de vida e em saúde. Além disso, o tratamento de esgoto tem um impacto muito positivo ao meio ambiente”, lembra Silvia.

DURA REALIDADE

Ainda segundo o Trata Brasil, a falta de acesso à água potável impacta quase 35 milhões de pessoas e cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde da população que diariamente sofrem, hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica. Os dados do SNIS apontam que o país ainda tem grandes dificuldades com o tratamento do esgoto, do qual somente 51,20% do volume gerado é tratado – isto é, mais de 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.

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